Prefácio
Emílio Rui Vilar

Coordenador
Viriato Soromenho-Marques

Autores
Alex Ellis, Allan Larsson, Sir David King, Gilles Lipovetsky, Jonathon Porrit, José Lima Santos, Julie Packard, Malini Mehra, Miguel Bastos Araújo, Miranda Schreurs, Nitin Desai, Pedro Arrojo Agudo, Pedro Martins Barata, Viriato Soromenho-Marques.

Habitamos hoje, quer como indivíduos, quer como membros das mais diversas comunidades políticas e culturais, um período particularmente perigoso e exigente da história humana.
A Conferência promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian sob o título «O Ambiente na Encruzilhada. Por um futuro sustentável», cujas comunicações este livro reproduz, pretendeu contribuir para o esclarecimento intelectual de que carecemos em numerosos domínios da vida económica e social do mundo contemporâneo.
Na verdade, o que se arrisca é nada menos do que a própria sobrevivência de uma civilização complexa à escala planetária.

“A gravidade da situação ambiental e climática é um desafio para a nossa inteligência e para a nossa vontade. A complexidade das questões e o seu alcance no espaço e no tempo desafiam as nossas categorias de compreensão e convidam muitos a sucumbirem numa atitude de cinismo e resignação. Por outro lado, a crise financeira e económica é entrevista por alguns como um factor concorrente com as preocupações ambientais e climáticas. São duas perspectivas erradas…”, Emílio Rui Vilar, Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Excerto do Prefácio

Só através de um contrato ambiental de alcance planetário poderá a humanidade ser capaz de se unir, tirando partido dos seus enormes recursos de inteligência e inovação, bem como de outras competências imprescindíveis para superar com êxito este delicado período de transição em direcção a um futuro sustentável.
Até que ponto está a presente crise económica e financeira internacional enraizada em sistemas com falhas estruturais e em declínio, como por exemplo a capacidade global do planeta para fornecer serviços ambientais essenciais?
Qual é a efectiva gravidade do estado do ambiente planetário?
Como deverá ser reconfigurado o sistema económico tendo em vista transformar um provável longo período de recessão numa oportunidade para reformar os fundamentos mais profundos da organização social, fazendo da produção, do consumo e dos valores éticos alavancas que nos permitam alcançar um estilo de vida mais compatível com o ambiente?
Como poderão ser elaboradas e desenhadas novas políticas e instituições que possam estimular a criatividade e o engenho?